Olá! Seja benvinda (o) ao Rio Tua!

Este blog foi criado para partilhar saberes, opiniões, imagens, filmes sobre o rio, as populações e a linha de comboio. Numa época em que parece inevitável o desaparecimento de uma parte importante do vale do Tua, devido à projectada construção de uma barragem hidroeléctrica, pretendo com este blog promover a discussão sobre o destino do rio. Convido a participar quem acredite que a discussão e a partilha de ideias podem contribuir para uma democracia feita por todos! Reservando-me o direito de seleccionar os conteúdos a editar no blog, quero salientar que os critérios de publicação não se relacionam com as opiniões expressas (desde que identificados os autores), mas com a sua relevância para a discussão e com o respeito pelos leitores.
Envie as suas mensagens para riotuatom@gmail.com. Até já! Ana Barbeiro



domingo, 17 de fevereiro de 2008

Para um pós-modernismo rural


Olá!

A Primavera aproxima-se e eu já voltei a trabalhar no jardim. Trabalho em “pequeno”, construindo muritos de pedra, plantando arbustos e espalhando criteriosamente os bolbos de flores, à mistura com plantas comestíveis. Não tenho vocação de latifundiária... os meus “genes culturais” são transmontanos, mesmo para a agricultura, que vou aprendendo pela observação, pela prática e por um “instinto” que me conduz a procurar ouvir as indicações da natureza...

A minha memória agrícola construiu-se no convívio com as pequenas hortas das zonas planas à beira do Tua e dos socalcos minúsculos edificados montes acima, alguns com apenas uma ou duas árvores, um punhado de orégãos, três bolbos de jarros, jacintos e dálias, meia dúzia de pés de couve e doses familiares do que for preciso e cultivável em cada época. Tesouros escondidos em diferentes níveis dos montes pedregosos, aparentemente tomados por giestas, alecrim, maias e outros arbustos selvagens. Um convívio de resultado harmonioso, construído à força de enxada.

É uma agricultura de pobres, de um tempo em que cada batata era preciosa, de uma época a que ninguém quer voltar; mas encerra uma sabedoria que eu não gostaria de ver “terraplanada”...

Como viver com a internet, com a globalização, com a concorrência do mercado e, ao mesmo tempo, com a escuta dos ritmos da natureza?

Vou tentando aprender, num estilo de vida que designo, por brincadeira, de “pós-modernismo rural”: blogar sem fios no Rio Tua enquanto vou jardinando...

Ana B.



(Nota: as fotografias desta mensagem não são do meu muito mais modesto jardim...! foram recolhidas durante o passeio pela Linha do Tua que deu mote a este blog, na encosta entre a aldeia de Tralhariz e o apeadeiro com o mesmo nome.)

Sem comentários: