quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
"genes" da aprendizagem
Quem, nos últimos anos, se encontrou comigo em situações de ter de trepar rochedos e saltar calhaus, surpreendeu-se... habituada à minha constituição franzina e jeitos pouco dados a desportos, o meu comportamento de salta-pocinhas nestas situações é uma revelação, mesmo para mim! Pensando bem nisso, acho que me está nos “genes” das aprendizagens precoces. Do tempo da infância e adolescência, em que as férias do Verão eram muito longas e quentes, e éramos nós que inventávamos as actividades de tempos livres: os passeios de bicicleta, as idas ao rio, as “explorações” da natureza. Do tempo em que se faziam os piqueniques tradicionais: comer o folar da Páscoa, fazer magustos em Novembro. O Rio Tua estava no centro destas aprendizagens e aventuras. Sei-o, porque no Verão, quando atravesso alguma das pontes de Mirandela, o cheiro a rio (um mistura de odores de lodo e algas) percorre-me o corpo e deixa-me um arrepio de calor. E se alguém for a caminhar a meu lado, tem direito a ouvir, talvez pela terceira vez, uma história de aventuras da infância, ou um convite para ir tomar uma banhoca ao Rio e inundar a pele com o macio cheiro da água.
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5 comentários:
Olá
Segundo os resultados da minha tese de mestrado acerca da qualidade biológica da água do rio Tua desde a sua origem (confluência dos rios Tuela e Rabaçal) até escassos metros a jusante do Complexo Industrial do Cachão; não aconcelhava ninguem à prática balnear. E embora não possa revelar detalhes, a zona verde...digamos que...possui regularmente coliformes fecais acima do estipulado por lei. Mas para o banhista menos informado o local carece de placas informativas e é vê-los a banharem-se nalquelas águas com "manchinhas" de hidrocarbonetos (jetski) que não escoam por causa das comportas.
Mas em tom final afirmo que o nosso rio necessita de estudos mais pormenorizados até à foz no que respeita à qualidade da água, entre outros. Mas "fenotipicamente" o rio engana bem os leigos...
Parabéns pelo Blog
Nuno Ferreiro - Mirandela
Olá, Nuno!
Obrigada pelo conselho! Confesso que me estava a deixar levar pela nostalgia... e a romantizar...! As informações e pareceres de carácter científico são uma componente essencial do meu sonho para este blog... desafio-te a enviar um pequeno texto com os detalhes que puderes revelar (tua.rio@gmail.com)... e assim poderemos inaugurar um capítulo sobre a qualidade da água e o banhismo no Tua!
E, já agora, convido a participar quem tiver algo a incluir nesta secção!
Até breve
Ana Barbeiro
Olá!
Ainda sobre as banhocas no Tua... de acordo com a informação disponível no site da Câmara Municipal de Mirandela (ver "ligações interessantes" neste blog) existem três zonas balneares classificadas no Município: para além da Praia da Maravilha, junto ao Parque de Campismo, desde 2006 podemos ainda contar com a praia fluvial do Parque Dr. José Gama (vulgo "Zona Verde") e com a Praia Fluvial de Vale de Juncal, tendo ambas a classificação de “Boa”.
Fica, assim, mais uma informação para o debate!
Ana Barbeiro
Olá
E será que o local de amostragem onde é feita a recolha da água para análise é efectuada de acordo com as normas (recolher água onde se concentra um maior número de banhistas)?...uma questão pertinente...
De um modo geral, a classificação da água do rio Tua é boa (a nível bacteriológico e fisico-quimico, havendo por vezes picos de poluição. Com a Directiva Quadro da Água teremos também incluido os parametros biológicos. É essencial realizar vários tipos de análises, para assim a classificação final da qualidade da água ser mais fiável. Outro factor importante para a manutenção da qualidade da água é a vegetação ribeirinha.
Obviamente não estamos perante um Rio Ave, por exemplo.
Em Vale Juncal convém é monitorizar a salmonella uma vez que olhando para o histórico dos resultados analiticos daquela zona, a sua presença é frequente.
P.S. Estou para ver se teremos nessas zonas classificadas, as devidas placas identificativas para os banhistas.
Bons Banhos
Nuno Ferreiro
Olá
Para quem quiser consultar a legislação correspondente à qualidade das águas balneares, o decreto lei é o 236/98 de 1 de Agosto.
Nuno Ferreiro
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