Olá! Seja benvinda (o) ao Rio Tua!

Este blog foi criado para partilhar saberes, opiniões, imagens, filmes sobre o rio, as populações e a linha de comboio. Numa época em que parece inevitável o desaparecimento de uma parte importante do vale do Tua, devido à projectada construção de uma barragem hidroeléctrica, pretendo com este blog promover a discussão sobre o destino do rio. Convido a participar quem acredite que a discussão e a partilha de ideias podem contribuir para uma democracia feita por todos! Reservando-me o direito de seleccionar os conteúdos a editar no blog, quero salientar que os critérios de publicação não se relacionam com as opiniões expressas (desde que identificados os autores), mas com a sua relevância para a discussão e com o respeito pelos leitores.
Envie as suas mensagens para riotuatom@gmail.com. Até já! Ana Barbeiro



terça-feira, 23 de dezembro de 2008

prendinha

Olá!... passou o tempo... das praias fluviais às boas festas é um saltinho! Fica aqui a ligação para o resumo do estudo de impacto ambiental da barragem da foz do Tua. "Prendinha" apresentada discretamente, num pesado ficheiro que poderá demorar algum tempo a ser visualizado...

http://aiacirca.apambiente.pt:8980/Public/irc/aia/aiapublico/library?l=/aia1916_aproveitamento/ahft_eia_rntpdf/_PT_1.0_&a=d

Ponha-se o computador a mastigar enquanto se festeja o Natal! E depois leia-se em família! Os mapas do fim do relatório mostram bem as alterações da paisagem...

abraços festivos

Ana B.

sábado, 30 de agosto de 2008

praias fluviais 2008

Olá!

Para mudar um pouco o tom triste dos últimos acontecimentos, proponho que se partilhem experiências sobre o Tua Fluvial 2008.

O site da Câmara Municipal de Mirandela refere a existência de cinco praias fluviais no Tua e nos seus afluentes Tuela e Rabaçal. Três destas praias são já oficiais: Praia Fluvial da Maravilha (Três Rios), junto ao parque de campismo; Praia Fluvial de Vale de Juncal; Praia Fluvial do Parque Dr. José Gama (em Mirandela). As outras são a de Frechas e a de Miradeses/Vale de Salgueiro.

Com o Verão a caminho do fim, convido ao envio de fotos e comentários de quem passou por estas praias. Banhocas, piqueniques, festas... a temperatura e a qualidade das águas, as infra-estruturas... queremos saber tudo!

Aguardo notícias
Ana B.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Acidentes...

Este blog não foi pensado para ser uma "força de reacção rápida"... por isso peço desculpa, e por só agora escrever algumas palavras sobre o grave descarrilamento na Linha do Tua que aconteceu na semana passada.



Lamento a morte e os feridos que resultaram deste acidente. Penso que é importante que os viajantes e os familiares dos que estavam na carruagem que descarrilou, bem como os passageiros habituais da Linha do Tua, tenham explicações transparentes e cabais sobre este e outros acidentes que ocorreram recentemente. Estas explicações são também essenciais para os cidadãos portugueses... e sou de opinião que se estas não são divulgadas, devemos procurá-las activamente e exigi-las aos responsáveis. A cidadania participativa passa por isto.



Os participantes reais da rede virtual do Tua reagiram imediatamente, como tem sido noticiado. Mas nem sempre a comunicação social consegue ser exacta nas informações veiculadas. O site do Movimento Cívico pela Linha do Tua tem informações actualizadas http://www.linhadotua.net/3w/index.php ... é ir consultando!

Saliento, ainda, o "quase" espantoso movimento de cidadãos em volta do destino do Rio e da Linha do Tua. Os transmontanos e os que gostam de Trás-os-Montes existem e estão activos! e se nem todos podemos estar presentes nas ocasiões críticas, é pelo menos importante apoiar os que estão! A eles, um agradecimento desta cidadã transmontana!

Até breve
Ana B.

domingo, 17 de agosto de 2008

vale da fumaça

Olá!

O Jorge Rego enviou notícias de si e do seu blog, Caminhos de Ferro Vale da Fumaça. Os posts mais recentes são sobre a Linha do Tua. Vale a pena espreitar o que nos diz e mostra este entusiasta de comboios!
http://www.valefumaca.blogspot.com/
Até breve
Ana B.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

festa no tua

Olá!
Mirandela esteve em festa. Aqui ficam algumas impressões "digitais" do fogo de artifício sobre o Rio Tua. Memórias desta festa, em palavras, fotos ou vídeo, serão benvindas!
Ana B.





















PS: Desculpem-me o excesso de luz... mas festa é festa!

quarta-feira, 23 de julho de 2008

debate público sobe a Linha do Tua

(Mensagem da Célia Quintas - MCLT)

Caro(a) amigo(a),
O Movimento Cívico pela Linha do Tua promove um debate público sobre a Linha do Tua, na Casa Regional dos Transmontanos e Alto-Durienses do Porto, no dia 25 de Julho de 2008, às 21h (cartaz em anexo). Convidamo-lo(a) a participar nesta discussão sobre a Linha do Tua, uma das mais emblemáticas obras de engenharia do nosso país e uma das mais belas linhas férreas de montanha da Europa, ameaçada pela construção de uma mega-barragem na foz do Rio Tua. Neste debate, moderado pelo Dr. José Manuel Pavão, Presidente da Assembleia Municipal de Mirandela, estarão presentes, entre outras, as seguintes individualidades:

- Prof. Gaspar Martins Pereira, Professor da Faculdade de Letras da Universidade do Porto
- Prof. José Manuel Lopes Cordeiro, Presidente da APPI - Associação Portuguesa para o Património Industrial e membro da Direcção do TICCIH - The Industrial Committee for the Conservation of the Industrial Heritage
- Prof. Manuel Matos Fernandes, Professor catedrático da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
- Prof. Manuel Tão, Doutor em Economia de Transportes
- Dra. Manuela Cunha, Assessora do Grupo Parlamentar Os Verdes e Dirigente do Partido Ecologista Os Verdes
- Arq. Viviana Rodrigues, Arquitecta Paisagista

Local de realização do debate:
Casa Regional dos Transmontanos e Alto-Durienses do PortoRua de Costa Cabral, nº 1037, Porto

Agradecendo a confirmação através do email linhadotua@gmail.com ou dos telefones 936600374/ 914759307, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos,
Célia Quintas
Movimento Cívico pela Linha do Tua
www.linhadotua.net

sábado, 28 de junho de 2008

notícias do RIO SABOR

Olá!
Como prometido, segue-se uma notícia sobre o rio Sabor. Foi enviada pelo FAPAS - Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens (http://www.fapas.pt/), que está associada à Plataforma Sabor Livre (http://www.saborlivre.org/).

O blog "Rio Tua" tem também espaço para falar dos venturas e desventuras dos outros rios, com destaque para os que fazem parte da rede hidrográfica do rio Douro ou do Plano Nacional de Barragens. Enviem notícias!

Até breve
Ana B.

"O Primeiro-Ministro vai ao Picote na próxima 2ª. feira e ali anunciará o início da construção da barragem do Sabor. Por iniciativa conjunta do FAPASP/Quercus sai uma camioneta do Porto, Rua Alexandre Herculano (junto à central de camionagem), onde o FAPAS tem a sua Sede, no dia 30 de Junho às 8:00 horas da manhã. Vai gente de Lx e de outros pontos do país.
A ideia, na ida, é cada um tratar de si - levar farnel suficiente para a saída às 8 da manhã e regresso ao fim da tarde. Depois de almoço está prevista uma ida ao Sabor. É preciso saber com alguma urgência nomes (número) de participantes.
A saída é em frente à sede do FAPAS (junto à central de camionagem, portanto, em Alexandre Herculano, à Batalha), às 8h.
Podem inscrever-se contactando o FAPAS pelo email: geral.fapas@sapo.pt"

terça-feira, 3 de junho de 2008

Nova mensagem do Aníbal Gonçalves

Desde o início do ano que acalentava a ideia de percorrer a Linha do Tua a pé, saboreando cada quilómetro. Aos poucas a ideia ganhou força e acabei por concretizar essa vontade.
O percurso foi feito em 4 etapas, que descrevi e ilustrei fotograficamente.
Foram horas inesquecíveis.

Ligação para a 1.ªetapa entre Cachão e Ribeirinha
http://descobrir-vilaflor.blogspot.com/2008/03/na-linha-do-tua-1.html

Ligação para a 2.ªetapa entre a Brunheda e Ribeirinha
http://descobrir-vilaflor.blogspot.com/2008/04/na-linha-do-tua-2.html

Ligação para a 3.ªetapa entre a Cachão e Mirandela
http://frechas-frechas.blogspot.com/2008/04/na-linha-do-tua.html

Ligação para a 4.ªetapa entre a Brunheda e Foz-Tua
http://descobriransiaes.blogspot.com/2008/05/na-linha-do-tua-4.html






domingo, 11 de maio de 2008

mil e tal

Caras amigas e amigos

Cerca de quatro meses depois de ter iniciado este blog, o contador já ultrapassou as mil visitas! Isto deixa-me muito contente e motivada! E ficaria surpreendida, se não soubesse que as visitas não acontecem pelo blog, mas pelo Rio Tua! Estas mil e tal são um contributo para atestar do interesse que o Tua, a discussão sobre a barragem e a ferrovia têm suscitado. Vou recebendo, no endereço de e-mail criado para o blog, contactos de indivíduos e grupos muito diversos... nas idades, nas zonas em que habitam, na importância social que se lhes vai atribuindo, nas opiniões... e são todos benvindos! Nem sempre consigo compreender se estes contributos são intencionalizados para publicar no blog, tal e qual, ou se se trata de contactos com a autora do riotua... e lá vou fazendo as minhas interpretações, na medida em que consigo processar a informação! Também penso que o blog não deve ser redundante em relação a outros meios de comunicação, principalmente os sítios da rede virtual.

Fica, assim mais uma síntese dos últimos acontecimentos de que tive notícia:
- O “rei” D. Duarte não conseguiu viajar na Linha do Tua;
- Esta viagem fazia-se em associação com o Instituto Democracia Portuguesa, que decidiu participar na defesa da linha;
- O partido Os Verdes continua a bater-se pela defesa do vale do Tua sem barragem;
- O Movimento Cívico pela Linha do Tua continua em acção; a petição que lançaram está a caminho das 5000 assinaturas online;
- Diversas cartas abertas e petições têm sido dirigidas a entidades que de forma directa ou indirecta podem influenciar o destino do vale e do rio.

Agradeço, mais uma vez, estas “mil e tal” visitas... procurarei continuar a divulgar notícias, opiniões, fotos... todos os contributos que puderem enriquecer a discussão informada sobre o Rio Tua e o seu património natural e humano!
Ana B.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

redes virtuais, ferroviárias e...fluviais

Olá!

As "estórias" continuam a chegar, e por vezes não consigo dar seguimento a todos os contributos! Deixo aqui o link para uma estória de um fim-de-semana cheio de passageiros na linha do Tua...

http://pensar-ansiaes.blogspot.com/2008/04/uma-viagem-ferroviria.html

E, por falar em redes, decidi que este blog deve incluir também a partilha e discussão sobre outros rios que fazem parte da mesma rede fluvial... como o Sabor, que se encontra a braços com a perspectiva de uma barragem... em breve, juntarei mais contributos sobre isto; mas por enquanto, fique-nos este pensamento: se os rios correm todos para o mar, alguns deles conrrem para o Douro; e se este é património...

domingo, 27 de abril de 2008

Mensagem do Rui Rodrigues

Envio novo artigo do Público de segunda-feira, 21 de Abril de 2008

A LINHA FERROVIÁRIA DO TUA E O FUNDAMENTALISMO DO BETÃO

A barragem do Rio Tua pode ser um investimento interessante para a empresa que a vai explorar, a EDP, mas provocará, sem dúvida, uma perda irrecuperável do transporte público, da paisagem e da agricultura de Trás-os-Montes, que se tornará mais pobre e despovoada.

http://static.publico.clix.pt/carga_transportes/noticias.asp?id=1326417&idCanal=1670 (Duplo clique para ler artigo)


Fotos da Linha do Tua Em Portugal

Existem poucos locais com aquela beleza, sendo difícil descrever, por palavras, os cerca de 54 quilómetros de via férrea, que separam Mirandela da foz do Tua, pois é uma experiência inesquecível, que fica na memória de qualquer visitante e com o desejo de um dia lá voltar. Para se ter uma ideia da beleza ao longo deste itinerário, podem-se ver as fotos no seguinte ‘site’: Após a abertura da nova janela tentar premir em “apresentação de slides” e para ver fotos no ecrã inteiro basta seleccionar, em cima, View (Ver) e de seguida, Full Screen (Ecrã inteiro) ou a tecla F11. A visualização das fotos demorará cerca de 1 minuto e meio.

http://picasaweb.google.pt/rodrigues.rui1/LinhaDoTua03?authkey=rk1Bwb8VOgY (Duplo clique para ver fotos)

Cumprimentos
Rui Rodrigues

terça-feira, 15 de abril de 2008

Para descansar os olhos...









Olá!
Descansemos, então, os olhos, nas fotografias enviadas pelo Sr. Rafael Queirós. Obrigada, tio!

quinta-feira, 27 de março de 2008

Actualizações

Espero que as festas primaveris e pascais estejam a ser boas para todos os rio-tuenses! Faço um resumo das últimas notícias que apanhei na rede:

- relativamente ao concurso da barragem, parece que a EDP foi o único concorrente, e apesar de as informações para a cota prevista serem ainda vagas, tudo aponta para que o vale fique com muita água.


- os prazos para a próxima ameaça de encerramento da linha do Tua foram adiados.


- As associações estão a mobilizar-se. A COAGRET e mais 11 organizações portuguesas e o European Environmental Bureau (EEB) enviaram uma carta ao Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, em antecipação ao Dia Mundial da Água (22 de Março de 2008). O Movimento Cívico pela Linha do Tua lançou uma petição online. Quem quiser ler a carta e a petição encontra-os nos links para os sites do costume.


Tenho sentido a falta de ouvir e publicar opiniões favoráveis à construção da barragem. Desculpem-me os amigos que tão energicamente se têm dedicado às lides contra o muro... mas se não se puderem pesar na praça pública, ou na intimidade dos nossos écrans, os diferentes argumentos e propostas para o destino do rio, como poderemos formar uma opinião?! Desafio, pois, os "defensores" da construção da barragem de foz-tua (sejam hesitantes, moderados ou convictos), a divulgar no espaço deste blog os seus pontos de vista. Eles serão benvindos, dentro do espírito de diálogo e de democracia participativa em que quero trabalhar.

Até breve
Ana B.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Concurso para o projecto da barragem

O Movimento Cívico pela Linha do Tua (ver ligações interessantes) divulgou um artigo do Diário de Notícias sobre as condições do concurso para o projecto da barragem do Tua . Um dos critérios de avaliação é a manutenção de uma parte da linha que se previa "afogada". Parece uma solução de compromisso, mas levantam-se várias dificuldades, como é explicado no artigo. De qualquer forma, os prazos são tão curtos que, a serem cumpridos (!), não ficaremos muito tempo sem saber os próximos resultados deste processo.

Estejamos atentos!
Ana B.

sábado, 15 de março de 2008

Ainda tocam os sinos nos apeadeiros do Tua?

A estas lindas horas da noite (quase duas!), abro as caixas de correio antes de encerrar o computador; tudo calmo, salvo o Rio Tua...!

As primeiras mensagens falavam de uma última oportunidade de fazer a linha do Tua para amanhã (15 de Março); a rede acorreu em massa aos teclados e divulgou! Finalmente, parece que "ainda" teremos pelo menos mais uma semana, antes de um novo alerta... aproveitemos, se pudermos, as férias da Páscoa para cheirar a primavera de nariz colado às vidraças do metro! E vamos procurando perceber estas decisões e rescisões repentinas... Um comunicado elucidativo destes sobressaltos e dos troços afectados pode ser lido no site do Movimento Cívico pela Linha do Tua (ver "ligações interessantes").

Deixo também, para quem anda na net à Sexta à noite, ou toma o café de Sábado ligado à rede, a actualização do programa dos festejos do dia internacional dos rios, enviado pelo Pedro Couteiro (para Sábado, dia 15):

"TOQUEM OS SINOS A REBATE!!!!

Amanhã estaremos no vale do Tua:
08h30 - observação de aves a partir das Caldas de Carlão
12h00 - almoço na Sobreira
16h00 - Café Beira Rio em Foz Tua
18h22 - regresso a Mirandela no último (?!!?) comboio da linha do Tua

(o passeio de bicicleta de domingo fica desmarcado porque se prevê chuva)"

sábado, 8 de março de 2008

"Microgeração de Energia = Macrogeração de Emprego" (Mensagem do Duarte Nuno Januário)

Exmo(a). Sr(a):

Os alunos do Curso Profissional de Energias Renováveis da Escola Secundária de Mirandela em associação com a COAGRET - Portugal têm o prazer de o(a) convidar para o colóquio "Microgeração de Energia = Macrogeração de Emprego".Este colóquio terá lugar no Auditório da Escola Secundária de Mirandela no dia 14 de Março (Sexta-Feira) pelas 9:15.
Estamos certos de que os assuntos tratados lhe suscitarão o interesse, tendo em conta a sua relevância tanto em termos regionais como globais.
Com os melhores cumprimentos,

Duarte Nuno Januário

Mensagem do Pedro Couteiro - COAGRET




14 de Março:
Dia Internacional de Acção pelos Rios
este rio é TUA !

programa (de 14 a 16/3/2008):

6ª-feira, 19h30: concentração nas Termas de Carlão (a 1,5km W da estação CF Brunheda)
sábado, 8h30: saída para observação de aves (monitores da SPEA e NEPA-AAUTAD)
sábado, 12h30: almoço junto ao rio Tua
sábado, 15h00: passeio pedestre
domingo, 10h00: percurso de bicicleta Caldas de Carlão - Amieiro - Foz Tua
domingo, 18h22: regresso de comboio (linhas do Tua e Douro)


iniciativa da “Aliança pelos Últimos Rios Transmontanos”:
COAGRET
-Portugal
NEPA
-AAUTAD
QUERCUS
- Vila Real

com a colaboração de:
Sociedade Portuguesa de Estudo das Aves (http://www.spea.pt)
Movimento de Defesa da Linha do Tua
(http://www.linhadotua.net)
Caldas de Carlão (http://www.caldasdecarlao.com)
Café Beira Rio (tel: 278685271)
Casa do Tua (tel: 278681116 http://casadotua.com.sapo.pt)

+info:
http://coagret.wordpress.com
coagret.pt@gmail.com
telm: (+351)
969761301

nota: este encontro é livre, não obrigando os aderentes a qualquer inscrição e portanto toda a responsabilidade na sua participação é individual


extra-programa
6ª-feira, 9h15-12h30: Colóquio "Microgeração de Energia = Macrogeração de Empregos" na Escola Secundária de Mirandela

terça-feira, 4 de março de 2008

Novidades da rede

Olá! O site "O Comboio em Portugal" actualizou os conteúdos e disponibiliza alguns documentos interessantes sobre a linha do Douro, incluindo alguns estudos. Porque os rios e as linhas férreas estão em rede, parece-me que é também do interesse dos participantes do Rio Tua. Uma outra simpática actualização é o link, com imagem e tudo, para este blog!... Obrigada pelo destaque!

Também coloquei uma nova "ligação interessante" na coluna da direita. É o site da COAGRET - Portugal (Coordenadora de Afectados pelas Grandes Barragens e Transvases), com sede em Mirandela! E parece que estão na forja diversas actividades, incluindo passeios e aventura no Tua! Fiquem atentos: logo que haja mais notícias sobre estas actividades, direi!

Até breve
Ana B.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Mensagem do Nuno Maia


Queria andar na linha

Na última caminhada que fizemos, resolvi partilhar o local o momento e mesmo a ocasião com quem quisesse conhecer a Linha do Tua. Depois de decidir que esta caminhada deveria ser grátis, quer pela distância a percorrer pela maioria dos participantes, quer pela minha obrigação cívica para com a natureza, avançamos para um domingo que se queria solarengo mas, que nos pregou uma simpática partida.

Já no domingo e depois de reunidos em casa da Luísa decidiu-se, que mesmo com a chuva, íamos até á estação do Tua, mas de comboio.
Chegados á Brunheda, abrigámo-nos da chuva, na velha estação. O dia estava ensombrado por umas nuvens que nem por isso tornavam o dia desagradável e sob o olhar curioso de alguns locais que também esperavam o “comboio”, fomos tentando explorar o local mas, sempre a fugir de umas quantas gotas que teimavam em boicotar qualquer tentativa de calcorrear a linha, a pé!

A estação bastante humanizada, com um Lagar de Vinho que ainda funciona, e umas quantas casas antigas bem recuperadas, transmitiu-me uma sensação de serenidade, quebrada pela a animação do grupo. O sítio, parece fazer parte de uma natureza austera em que vontade de descobrir o espaço se encontra com uma sensação de pequenez face á paisagem que me deixava sedento de aventura, mas ao mesmo tempo prudente tendo em conta a chuva e a temperatura que se tinha apoderado de mim, por causa de outras molhas. Depois da estranheza do local e do gelo quebrado entre quem não se conhecia, aparece o comboio, ou melhor o Metro de superfície.

O barulho do motor a gasóleo antecedeu o vislumbramento da máquina verde que vagarosamente faz a ligação da estação do Tua á bonita cidade de Mirandela. A máquina parou. Ruidosa e civilizadamente altiva, apoderou-se do lugar, trazia vida. Estranha a sensação de normalidade naquele “fim de mundo”, vivia-se a azáfama de apanhar o comboio, igual a qualquer outro momento igual, numa qualquer outra estação, supostamente mais “civilizada” do que esta.
A carruagem ganhou mais vida, estávamos animados e em tom de brincadeira, já havia quem tivesse duvidas se não seria mais seguro fazermos a caminhada mesmo com chuva e com o risco de nos encontrarmos com o metro num lugar apertado, ou o risco deste cair ao rio! No entanto, o Zé já tinha previsto que nos tais locais apertados deitávamo-nos na linha por baixo do “comboio”! Era seguro, dizia o “pica”* a entrar também na brincadeira, deixando escapar alguns lamentos pelo trágico acidente que ocorreu recentemente nesta linha.

Depois da partida e com a vista contrariada pela condensação nos vidros começamos a encavalitarmo-nos no lado direito da carruagem, para ir apreciando a paisagem que se tornava cada vez mais selvagem. Passado pouco tempo, já todos tínhamos a sensação que nos conhecemos há imenso tempo, tratamo-nos por tu, e entre outras conversas, o Tua ia-se apoderando do grupo, tomando corpo em algumas observações unânimes de quem, entre outras coisas aprecia lugares bonitos. - É uma pena perder-se o local.
Ser-me-á difícil descrever o que senti por parte de quem lá estava, mas o que ouvi, passava pelas sensações de pequenez face á magnitude do vale, às historias da ousada construção da linha em 1880, e até as inúmeras possibilidades de utilidade – rentabilidade do espaço enquanto legado histórico/patrimonial.

Chegados á estação do Tua, tempo para tomar o café da praxe tentar comprar um vinho ou até umas bolachas de água e sal. (Sandra, no Douro não se come bolachas de agua e sal!) Mas embora o tasco até Mafu se vende, faltava-nos o tempo. O metro já tinha outros apreciadores de paisagens, e estava prestes a partir para mais um passeio pelo vale do Tua. Correu bem, ninguém ficou por terra, e a viagem recomeçava mas no sentido contrário.
Com a companhia de mais um grupo que tal como nós gosta da “linha do tua”, o comboio ia atafulhado de gente animada, dizia alguém do outro grupo que faltava o acordeão, o garrafão de vinho e o salpicão. Estamos noutra época, estamos na era do metro de superfície, que cumpre a função, com menos glamour que as originais máquinas a vapor, mas pela mesma linha, e com a mesma paisagem de sempre Há quem diga que, aqui se encontram as melhores representações do Portugal Pré-histórico.

Ávido de aventura, o grupo queria andar. A viagem para baixo tinha aberto o apetite e esta viagem de volta, só aumentava a curiosidade de se ver a linha com mais sentidos. Queriam sentir o caminho nos pés, sentir a brisa a cortar as pontas desprotegidas do nosso eu, os sons e os cheiros do vale. Reorganizamo-nos naturalmente e nem a chuva nem o “pica” nos demoveu de sairmos em São Lourenço. Pára o metro e já de saída, ainda tempo para as habituais despedidas dos outros companheiro de circunstância.

A chuva, e a brisa que nos acompanhava fazia-nos encolher os ombros na ânsia de aconchego e o som do rio lá em baixo, embalava o ritmo do passo que era quebrado pelo cadência das traves de madeira, que teimavam em boicotar o ritmo da passada, saltitante.
Lá para trás ficam o Paulo e a Guida, o homem da máquina fotográfica estava manco, tinha-lhe caído um ferro no pé uns dias antes, mas como ele dizia não havia motivo para deixar de ir, e lá estava ele. -Já queria fazer isto há muito tempo, dizia ele. – Não custa nada, e isto é espectacular.

Já mais para a frente, e na companhia de uma jovem colega de formação, a Becas, encontramos aquilo que me pareceu ser dejectos de Lince Ibérico. Não posso garantir que fosse, mas o entusiasmo da descoberta partilhado entre mim e a Becas, valeu a suposta descoberta do momento. Com a Brunheda já á vista, a chuva rendeu-se, e o grupo foi-se reunindo aos poucos. Falava-se em continuar, mas depois de alguém comentar que haveria Leitão á espera em casa da Luísa, reconsiderámos e Leitão é Leitão!

Seguimos até Milhais, e estamos de facto em Trás - os – Montes. O calor humano aquece o dia que se mantinha fiel a Fevereiro. Conversámos, comemos, voltámos a comer, rimos, enfim foi um final feliz para um dia que parecia estragado pela chuva e pela brisa que nos percorria o corpo, mas não travou a aventura de quem corre por gosto por terras deste nosso Portugal.


Em jeito de conclusão e a propósito da Linha do Tua – Rio Tua – Barragem no Tua, parece-me importante fazer um remate opinativo sobre a possível construção de uma Barragem neste local.
Como tal e depois de viver um domingo de caminhada e outras aventuras, ouvi também algumas opiniões simpáticas e até , surpreendestes.

Ainda de manhã antes da caminhada, numa paragem para café nas bombas da Aldeia da minha Avó, o Candedo, estava com vontade de pôr a conversa em dia com a Cláudia e com a Sandra, mas um Ancião, meu amigo de miúdo lá na aldeia, curioso pela nossa chegada, perguntou-me o que andava por ali a fazer. Depois de saber que íamos andar para a linha, deu-me o parecer, dele, uma visão de um homem do campo com a formação possível para a sua época, e com a experiência de mais de oitenta anos. Tinha que o ouvir, e ele disse. – Sabes rapaz, o Marquês de Pombal marcou a região do Douro em função do nevoeiro. A barragem, vai trazer mais água para a região, e por conseguinte vamos retomar as condições climatéricas que outrora faziam com que o vinho fosse ainda melhor.
Fiquei atónico com o que tinha ouvido, caiu-me a minha certeza inabalável assente em razões que nem eu sei se são válidas.

O rio Tua existe há milhares de anos, este troço do rio, encontra-se num estado de conservação impar á escala nacional e mesmo internacional. Penso que toda a área envolvente terá alguma possibilidade turística sem que para isso seja necessário fazer grandes investimentos. No entanto é pena que até agora tão pouco se tenha feito em prol do turismo sustentável nesta região. Confesso que não sei o que será melhor para todos, mas vejo cheias na Régua e na Foz, devido a Sobrecarga do Douro.



Vi a paisagem, conheço o lugar, vi a quantidade de gente que se opõem á construção, da Barragem e depois de reflectir na experiência vivida no Tua, depois de passar os olhos por variadíssimas opiniões, e acima de tudo, com um olhar atento de quem já viu alguns locais com muito menos interesse do que este a ser conservados, digo: - Eu gostava que a pelo menos a linha se mantivesse, gostava de continuar a ver as “fragas” a rasgarem a corrida da água, mas antes de mais gostava que tanto pelo local como pelas gentes destas terras, fosse feito o melhor. Parece-me urgente fazer alguma coisa por estas regiões que a geografia se encarregou de afastar da capital, mas onde a natureza se encarregou de oferecer um bom motivo de visita. A terra.

Como tal haja sobriedade, para tratar deste assunto.
Esta na hora desta região ser acarinhada pela representatividade, que têm feito no mundo, com os seus produtos naturais e com o seu legado natural. A colheita e a produção do azeite ou do vinho do Porto nunca foi anulada, como o famigerado Lisboa Dakar, e garantidamente este País, do qual esta região faz parte, têm sido muito mais bem representado no mundo pelos produtos desta região, do que por outro, evento ou produto nacional.


Missão cumprida.

Boa caminhada!
Att.: Nuno Maia.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Informações sobre as caminhadas

Olá!

Para além da caminhada que referi na anterior mensagem, organizada pelo Nuno Maia (nunomaiart@hotmail.com ou 966 012 879), com quem já falei, há outro passeio anunciado para o mesmo dia! A caminhada organizada pelo Nuno consiste em descer a linha, partindo às 9.30h da estação de Brunheda e acabando no Tua, a tempo de provar os petiscos da terra e voltar no último comboio. A outra, organizada por um grupo da UTAD (NEPA) e pela QUERCUS, é mista, com viagem de comboio e percurso pedestre. Pode encontra-se mais informação em http://www.linhadotua.net/3w/index.php . Assim parece que o Domingo no Tua está cheio de opções apetitosas, para vários pontos de partida, gostos e capacidades das palmilhas! E por falar nisso, que se preparem os cafés da zona! Bom passeio a todos... talvez nos encontremos por lá numa das idas e vindas!
Abraço
Ana B.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Saudações!

Parece que se está a organizar uma caminhada ao longo da Linha do Tua, no dia 24 de Fevereiro (Domingo, no próximo fim-de-semana). Podem encontrar-se informações em http://portalaventuras.pt/agenda/caminhada_linhatua.html. Eu ainda não sei se vou... tenho de organizar a minha agenda! Mas para quem for... bom passeio! E depois enviem notícias, em palavras, fotos ou filmes!
Um abraço
Ana B.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Para um pós-modernismo rural


Olá!

A Primavera aproxima-se e eu já voltei a trabalhar no jardim. Trabalho em “pequeno”, construindo muritos de pedra, plantando arbustos e espalhando criteriosamente os bolbos de flores, à mistura com plantas comestíveis. Não tenho vocação de latifundiária... os meus “genes culturais” são transmontanos, mesmo para a agricultura, que vou aprendendo pela observação, pela prática e por um “instinto” que me conduz a procurar ouvir as indicações da natureza...

A minha memória agrícola construiu-se no convívio com as pequenas hortas das zonas planas à beira do Tua e dos socalcos minúsculos edificados montes acima, alguns com apenas uma ou duas árvores, um punhado de orégãos, três bolbos de jarros, jacintos e dálias, meia dúzia de pés de couve e doses familiares do que for preciso e cultivável em cada época. Tesouros escondidos em diferentes níveis dos montes pedregosos, aparentemente tomados por giestas, alecrim, maias e outros arbustos selvagens. Um convívio de resultado harmonioso, construído à força de enxada.

É uma agricultura de pobres, de um tempo em que cada batata era preciosa, de uma época a que ninguém quer voltar; mas encerra uma sabedoria que eu não gostaria de ver “terraplanada”...

Como viver com a internet, com a globalização, com a concorrência do mercado e, ao mesmo tempo, com a escuta dos ritmos da natureza?

Vou tentando aprender, num estilo de vida que designo, por brincadeira, de “pós-modernismo rural”: blogar sem fios no Rio Tua enquanto vou jardinando...

Ana B.



(Nota: as fotografias desta mensagem não são do meu muito mais modesto jardim...! foram recolhidas durante o passeio pela Linha do Tua que deu mote a este blog, na encosta entre a aldeia de Tralhariz e o apeadeiro com o mesmo nome.)

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Actualização da informação sobre a barragem

Parece que já deu entrada na Unesco a queixa do partido "Os Verdes", sobre o impacto que a construção da barragem do Tua pode ter na zona do Douro classificada como património mundial. Se a Unesco der razão a esta queixa, a consequência possível é a retirada da classificação do Douro como património mundial, no caso de a barragem ser construída. O argumento principal prende-se com o facto de a construção da barragem, apesar de não afectar directamente a zona classificada, vir a ter um grande impacto nesta. A ideia não é promover a "desclassificação", mas evitar a construção do paredão de 100m de altura, que implica a inundação de todo o vale e o "afogamento" de terrenos agrícolas, construídos em patamares, da linha de comboio, de vegetação rara, de estâncias termais desactivadas...

Ao mesmo tempo, já foi lançado o concurso público para adjudicação da obra da barragem...

... e ainda... é retomada pelo presidente da Câmara de Mirandela uma ideia que envolve a reactivação da linha do Tua até Bragança (encerrada em 1992) e a construção de um troço que a ligue a Espanha.

Estas e outras notícias podem ser encontradas no site do Movimento Cívico pela Linha do Tua (link na coluna direita).

Os dados estão lançados... não fiquemos fora do jogo! É importante a tomada de posições informadas! Trás-os-Montes é de todos, incluindo os transmontanos!
Ana B.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

O Tua no youtube

Olá!

Tem sido uma surpresa agradável encontrar tantas viagens no Rio Tua partilhadas na web: fotos musicadas, bocadinhos de filmes, reportagens e até uma viagem virtual a sobrevoar todo o vale, criada a partir do Google Earth. Estes trabalhos denotam dedicação, por vezes paixão, e muitas horas passadas a fazer montagem vídeo, para além mostrarem visões pessoais dos viajantes do Tua. Deixam um sentimento de nostalgia a quem já andou por aquelas paragens e poderão despertar curiosidade e vontade de viajar a quem nunca visitou o rio e a linha de comboio.

Como tenho uma faceta cinéfila e um olho exigente, não posso deixar de tecer alguns comentários mais críticos, no intuito de "ajudar" a construir os filmes que hão-de vir. Um aspecto que me "salta ao ouvido" em quase todos os filmes sobre o Tua que tenho visitado no Youtube é a sonorização (ou a sua ausência!). Escolher uma música de fundo é uma forma de "acompanhar" imagens... mas fazer um filme implica que som e imagem se entrelacem e criem um todo! Senti a falta dos ruídos da estação, do som do pouca-terra, da água a correr, do vento nas árvores, das conversas das pessoas!

Outro aspecto que pode tornar os filmes mais envolventes é a criação de um argumento que dê sentido ao desfilar da paisagem. Pode querer-se dar uma ideia "realista" do rio, manifestar uma tomada de posição, ou construir uma ficção a partir das imagens captadas. Pode partir-se de um conjunto disperso de fotografias, filmes e sons recolhidos ao longo dos anos, ou fazer uma saída de campo específica para um determinado filme; mas é importante saber que "história" se quer contar e pensar como contá-la num formato audiovisual. E aqui surge ainda outro aspecto crítico: o ritmo da montagem/edição do vídeo. O tempo de uma curta-metragem é curto, mas pode ser subjectivamente alargado ou resumido; pode despertar sensações de vertigem e aventura ou de aborrecimento... consoante o modo como são "coladas" as sucessões de imagens e de sons.

Espero que não me achem demasiado severa, principalmente porque ainda não apareceu no blog qualquer filme da minha autoria... porque não o fiz! Enfatizo novamente o valor e interesse da recolha e divulgação das paisagens e vivências sobre o Rio Tua. Bons filmes!
Ana B.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Mensagem de Dario Silva

Cara Ana,

Espero que goste: http://www.youtube.com/watch?v=A8sbWcaOexQ

E muitos parabéns pelo seu blog.

dario Silva.

mensagem fotográfica











O Aníbal Gonçalves enviou-nos estas imagens da sua autoria. Obrigada!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

A rede a crescer!

Por sugestão do Mário (Movimento Cívico pela Linha do Tua) deixada no comentário a uma das mensagens anteriores, venho anunciar mais algumas "ligações interessantes" (ver coluna direita do blog). Os blogs “Pensar Carrazeda”, “Descobrir Vila Flor”, "Foz do Tua" e “Pensar Ansiães” são interessantes para os habitantes da zona sul do Tua, mas não só! Podemos encontrar neles fotos, notícias e tratamento de temas sobre a região com contributos de muitas pessoas. Agradeço ao “Pensar Carrazeda” a referência ao blog “Rio Tua”. Também as ligações que referi têm tido uma especial atenção ao assunto da barragem, do rio e da linha!

... E claro que agradeço a mensagem do Aníbal G., do "Descobrir Vila Flor", acabadinha de publicar!

Acrescentei novas etiquetas na coluna direita do blog:
- “Aventura”, que se destina à divulgação de caminhadas, passeios de comboio, piqueniques, etc., à descoberta do Tua;
- “Rede virtual” para ir divulgando e comentando outros sites e blogs com referências ao Tua.

Continuem a comunicar, quer em forma de comentário quer em forma de mensagem enviada para o e-mail, com links, fotos, palavras, filmes, música...! Eu vou tentando actualizar rapidamente o blog, mas se ficar uns diazitos em silêncio, não se zanguem! Afinal, uma pessoa também tem de fazer pela vida, para além de blogar no Rio Tua!
Ana B

Mensagem de Aníbal Gonçalves

Vivam
Estou interessado na discussão em torno do Rio Tua (e também do Sabor). Já por várias vezes publiquei algumas reportagens de passeios ao Rio que podem ser vistos, nestes endereços:
http://descobrir-vilaflor.blogspot.com/2007/11/bno.html
http://descobrir-vilaflor.blogspot.com/2007/10/uma-tarde-junto-ao-rio-tua.html
http://descobrir-vilaflor.blogspot.com/2007/05/ribeirinha.html
http://descobrir-vilaflor.blogspot.com/2007/05/na-linha.html
http://descobrir-vilaflor.blogspot.com/2006/11/descoberta-da-ribeirinha.html

e
http://descobriransiaes.blogspot.com/2008/01/afogar-um-rio.html

Também criei no Flickr um grupo aberto chamado Memórias do Sabor e do Tua, onde cada um pode colocar fotografias sobre estes dois rios.
http://www.flickr.com/groups/tuaesabor/pool/

Estou a tentar organizar uma descida a pé, pelo menos do Cachão ao Tua. Se alguém conhece uma iniciativa semelhante ou esteja interessado nesta, mantenha-se atento.

Aníbal Gonçalves
http://descobriransiaes.blogspot.com/
http://descobrir-vilaflor.blogspot.com/

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Mais sites sobre o Tua

Olá!

O Daniel Conde envio-nos notícias dos seus sites sobre a Linha do Tua (ver ligações interessantes). Há lá muito para descobrir: imagens, textos, experiências, filmes! Obrigada!
Ana B

Interpretação da paisagem do tua

Saudações!

Encontrei mais um site que vale a pena espreitar (ver ligações interessantes): “O Comboio em Portugal – a vida, património e memória do caminho de ferro”, coordenado por Dario Silva. Logo na página inicial é possível ter acesso a um ficheiro pdf com o Relatório do Trabalho de Fim de Curso em Arquitectura Paisagista, da autoria de Viviana Rodrigues, intitulado “CONTRIBUIÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃO DA PAISAGEM A PARTIR DA LINHA DO TUA”.

Para além de uma descrição bem organizada da região (paisagem natural e humana), e mais especificamente do troço da linha ainda em actividade, contém algumas propostas de intervenção que me parecem dignas de reflexão (e alguma acção!). De acordo com a autora, estas propostas pretendem “tirar partido da infra-estrutura” da linha do Tua, e centram-se na “criação de rotas, miradouros, parques de campismo, parques de merendas articulados com azenhas existentes e introdução de um Sistema de Interpretação Autónomo, que visam uma gestão sustentável e equilibrada da paisagem, de forma a contribuir para uma melhoria da qualidade de vida das populações locais”.

Convido a uma espreitadela ao site e ao trabalho!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Efeitos especiais


Olá! O Sr. Alberto Barbeiro enviou uma foto do Rio Tua de que gosto muito. Obrigada, pai!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Continuando a falar da barragem...

O assunto da barragem do Tua continua a dar (um pouco) que falar! Mas hoje de manhã teve direito a aparecer na página inicial da TSF ( http://www.tsf.pt/online/portugal/interior.asp?id_artigo=TSF187701 ). No entanto, nas pesquisas que tenho realizado não encontrei qualquer classificação do vale do Tua e da linha de comboio como paisagem protegida, património da humanidade, ou região demarcada (porém, parece parte da margem direita está integrada na região demarcada do Douro - ver mapa em http://www.ivdp.pt/imagens/gerais/RDD-enquadramento.jpg ). Portanto, acho que os argumentos legais ligados à classificação do território serão fracos. O que não significa, a meu ver, que o vale não devesse ser protegido!... Só que tem sido excluído dos mapas de valorização da região transmontana!

Faltam muitos esclarecimentos sobre a barragem, o seu impacto e os projectos futuros para o Tua, no caso de ser construída! Resta-nos procurar estes esclarecimentos, solicitá-los e divulgá-los, para que possamos tomar posições informadas!

Lanço também um desafio aos leitores: procurar mapas de paisagens protegidas, parques naturais, patrimónios nacionais, internacionais... etc., que incluam o vale ou parte dele e enviá-los para o blog!

Ana B

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Ponto da situação...

Olá!

Já me disseram que escrevo, escrevo, escrevo... É verdade que algumas das mensagens parecem muito compridas (mas será da formatação do blog!). As duas mensagens que publiquei sobre o Cachão têm muitas informações... pareceu-me que valia a pena divulgar estes textos, e ainda virá um terceiro!

Entretanto, a propósito da "história" do Cachão, ficam alguns pensamentos:
- Sobre a importância de um rio para a criação de uma comunidade, de indústria e de emprego;
- Sobre o que uma indústria pode fazer a um rio;
- Sobre a importância de uma via férrea para o nascimento e crescimento de uma comunidade e de uma indústria;
- Sobre a importância de modernizar as vias de acesso a uma comunidade para que ela não desapareça!

Lembro-me de que quando o CAICA estava moribundo se espalhou um boato entre os trabalhadores, cuja imaginação talvez tenha sido movida pelo desespero: a construção de um aeroporto poderia salvar as fábricas! Pois, mas esta "margem" nordeste do país poderia também ser apelidada de "deserto"... O mesmo se aplicaria quanto à ideia peregrina de fazer passar um TGV por esta ponta do país, que é a que está mais perto do resto da Europa... e mais longe!

Só mais uma provocação: devemos construir infra-estruturas em sítios que não são desertos, ou poderemos decidir, em harmonia com as condições naturais de um local, se ele se transformará num deserto ou nele crescerá uma comunidade?

Vou continuar a matutar...
Ana B

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Lugar de Cachão: o rio, a linha, as fábricas e a sua "história"

O lugar de Cachão situa-se junto ao rio Tua, a três quilómetros da sede de freguesia (Frechas), situada no percurso entre Cachão e Mirandela. A toponímia do lugar é habitualmente associada ao rio, já que este fazia, nesse local, um cachão – Cachão deriva do termo latim coctione, cujo significado é borbulhão, ou queda de água aos cachões, ou borbotões (Lello & Lello, 1974). Foi-nos dito por antigos trabalhadores do Complexo Agro-Industrial que antes deste ser construído, existiam duas azenhas (das quais ainda restam vestígios) e armazéns de produtos agrícolas junto da linha de comboio, bem como habitações para três famílias. Estes trabalhadores associavam as raízes do lugar ao seu destino industrial, pois as condições naturais e a intervenção do homem assim o tinham tornado propício.

A linha-férrea, que serpenteia ao longo do rio Tua e tem ligação com a linha do Douro, terá sido um factor importante na escolha deste local para a construção do complexo, assegurando o transporte das matérias-primas e principalmente dos produtos transformados. O rio assegurava a água necessária, e o vale relativamente plano da sua margem esquerda, sendo pertença do Estado, permitia a construção de um grande conjunto de instalações (Pinheiro, 2001). Deste modo, em 1964 foi fundado o Complexo-Agro-Industrial do Cachão, construindo-se de seguida um bairro operário com 137 casas na elevação adjacente às fábricas. Foi assim que uma pequena comunidade foi fundada neste lugar; actualmente existem já outras habitações para além das pequenas casas do bairro, uni-familiares e construídas em cantaria; porém, a maior parte dos actuais cerca de quinhentos habitantes do lugar de Cachão moram ainda no bairro (Informação recolhida na Junta de Freguesia de Frechas).

A criação e a dinamização do CAICA são atribuídas a um natural da região transmontana, o engenheiro Camilo de Mendonça, com o apoio do governo de António Salazar. Este projecto estava relacionado com outro, mais vasto, que consistia na criação da Federação dos Grémios da Lavoura do Nordeste Transmontano, com os objectivos de incentivar e desenvolver a produção, ao nível da transformação local dos produtos agro-pecuários da região. Tratava-se de um projecto que envolvia toda a região transmontana, procurando dinamizar-se cada zona nas suas especificidades de produção agro-pecuária, reduzir o tempo e o custo dos transportes e chegar sempre que possível ao fim do ciclo de transformação, incorporando o máximo de mão-de-obra local (Pinheiro, 2001).

Deste modo, foi elaborado um plano que incluía o estudo das potencialidades produtivas da região transmontana, ela própria com zonas de micro-clima (por exemplo a terra fria transmontana, na zona Norte, e o vale temperado da Vilariça, a sul). A intervenção compreendia os principais produtores, federados em Grémios da Lavoura. Projectou-se também a construção de uma rede de albufeiras, algumas das quais foram realmente construídas e ainda existem (por exemplo, a pequena barragem do Cachão), e promoveu-se a mecanização da agricultura e da pecuária, alugando máquinas aos proprietários (id).

O complexo fabril do Cachão iniciou a sua actividade em 1964, empregando em pouco tempo centenas de trabalhadores, entre os que estavam nos quadros e os que trabalhavam à tarefa (cerca de 850, ainda na década de sessenta). Com a construção do bairro, pertença da federação, os trabalhadores instalaram-se, vindos de diversos locais da região transmontana e de outras zonas do país. Os ex-trabalhadores relataram-nos que nessa época o Cachão parecia uma “grande obra”, e parecia ter um “bom futuro”. Alguns deles terão saído da função pública para se empregarem no complexo, pois os salários eram mais elevados e afigurava-se um trabalho promissor.

O complexo destinou-se essencialmente à valorização e expansão das produções agro-pecuárias regionais através da sua transformação industrial e consequente comercialização, não só para o mercado interno, mas principalmente para o mercado externo. As unidades industriais que o compunham diziam respeito aos sectores da fruticultura, horticultura, destilação, vinhos, azeites e pecuária.

A partir de 1974 deram-se as primeiras grandes convulsões na empresa, relacionadas com a revolução de Abril. O património dos Grémios da Lavoura foi integrado, em 1976, nas Cooperativas e o Estado passou a tomar conta do Complexo do Cachão. Neste contexto foram incluídos nos quadros da empresa os trabalhadores que até então aí prestavam serviços, consoante as necessidades sazonais de mão-de-obra (id). Deste modo a empresa passou abruptamente de cerca de 300 para 1200 assalariados, o que implicou, nos anos subsequentes (entre outras razões referidas pelos trabalhadores com quem falámos), o início das dificuldades financeiras do CAICA.

No início de 1981 a empresa foi constituída em sociedade anónima, pertença do Estado, mudando novamente de gestão. Os objectivos do CAICA-S.A. eram a viabilização da empresa, tendo em conta as suas potencialidades, e o desenvolvimento sócio-económico de Trás-os-Montes e Alto Douro. No entanto, a situação foi-se agravando ao longo da década de oitenta, acumulando-se as dívidas na banca, e crescendo as dificuldades de fazer concorrência ao mercado aberto que se sucedeu à entrada de Portugal na Comunidade Económica Europeia. A situação geográfica do Complexo, longe dos principais centros de consumo, e as tortuosas vias de comunicação da região encareciam os produtos e dificultavam as funções comercial e de distribuição da empresa. Os salários dos trabalhadores chegaram, por vezes, a ser pagos com meses de atraso. Por outro lado, existe um consenso no que respeita à boa qualidade atribuída aos produtos, mas estes eram produzidos em pequenos quantidades, o que dificultava a sua distribuição no mercado fora do país.

Em 1986, numa última tentativa de viabilizar a empresa, constituiu-se, sob o governo de Cavaco Silva, uma Comissão de Avaliação formada por um representante dos lavradores, um representante do Ministério da Agricultura e um do Ministério das Finanças. Esta comissão decretou que 48% do capital da empresa serviria para formar a União de Cooperativas, pertencendo as restantes acções ao Estado (Pinheiro, 2001).

No fim do terceiro trimestre de 1992 o CAICA cessou a sua actividade, na sequência da falência decretada pelo tribunal. Os trabalhadores foram dispensados e receberam indemnizações consoante o seu posto de trabalho e os anos de serviço prestados à empresa (Informação recolhida junto de uma ex-trabalhadora, que participou no processo de encerramento da empresa).

A maior parte do património que restou do antigo Complexo (quase 98%) foi posteriormente entregue às Câmaras Municipais de Mirandela e de Vila Flor (sede de um dos concelhos adjacentes ao de Mirandela, que dista treze quilómetros do Cachão). Actualmente este património é administrado por uma sociedade representante de todos os acionistas, a A.I.N. (Agro-Industrial do Nordeste, S.A.).

As instalações do Complexo foram arrendadas por pequenos empresários que procederam à modernização dos equipamentos, de acordo com os contratos feitos com as próprias Câmaras. Desta forma, encontravam-se instaladas no Complexo, em 2001, vinte e uma empresas compreendendo no total cerca de duzentos postos de trabalho. Estas empresas não pertencem apenas ao sector agrícola, mas também ao sector industrial e comercial (Pinheiro, 2001).

Esta “história” do Complexo data de 2003: agradeço o envio de informações sobre os últimos 5 anos!

Adaptado de:
Barbeiro, A. (2003). Eles, nós e eu, aventuras juvenis: estudo qualitativo sobre a transgressão na adolescência. Dissertação de Mestrado em Psicologia, com Especialização em Psicologia da Justiça. Braga: Instituto de Educação e Psicologia – Universidade do Minho (pp.128-132).

Estas informações foram recolhidas a partir de entrevistas a antigos trabalhadores e dirigentes do Complexo e de:
Pinheiro, R. (2001). Desenvolvimento dos recursos humanos locais no Complexo do Cachão – a vertente da formação. Dissertação de Mestrado apresentada no Instituto de Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Para as escolas...

Olá de novo!
Graças à nova funcionalidade de contagem de visitantes do blog, pude verificar que temos visitantes de escolas! Assim, lembrei-me: porque não criar um "espaço-escola" destinado a receber e divulgar contributos de estudantes miúdos e graúdos?! Fica a proposta. Enviem desenhos, textos, notícias e o que mais forem produzindo sobre o Rio Tua.
Ana B

domingo, 13 de janeiro de 2008

Vila Nordeste - Cachão

“O bairro é... um bairro. Só lá entra quem lá tem alguma coisa a fazer; o caminho de entrada e saída é o mesmo. As casas são unifamiliares, umas maiores do que outras, mas de qualquer forma parecem pequeninas. Mas são bonitas, vivendinhas térreas, brancas e com cantaria à vista, com um espaço de jardim para cada uma. Cães, gatos, crianças, mulheres nos passeios estreitos e na estradinha que serpenteia labirinticamente bairro acima. Roupa a secar nos jardins e mesmo no passeio, entre duas árvores. Telheiros, garagens, arrumos ou depósitos de lixo foram acrescentados às casas; há jardins cuidados, casas pintadas de cores diferentes, modificadas, e casas velhas, degradadas. Algumas abandonadas.
O carro vai seguindo por entre as casas, virando à esquerda, à direita, sem saber se vai encontrar outro carro ao virar da esquina; sobe-se devagar.
Quase lá em cima, depois de ter passado no coração do bairro, chegamos à ponta superior. Um descampado pequenino, e fragas a ladear a estrada; para o outro lado, o monte começa a descer. Ali o Cabeço, (monte mais alto) é omnipresente, tanto mais que a sua sombra se alonga sobre o bairro a partir do meio da tarde, contrastando com os montes ofuscantes do lado oposto, que no Verão reflectirão o seu calor sobre a aldeia.
O bairro termina em ponta; uma casa um pouco afastada, cercada de anexos de lata, encima o conjunto. Algumas mulheres estão cá fora. Páro o carro, cumprimento, o Grande faz um aceno de cabeça. Abrigamo-nos dos olhares, sentando-nos de costas sobre um rochedo; acendemos dois cigarros, e ele começa a fazer-me uma panorâmica guiando o meu olhar com a mão. O bairro desce aos nossos pés, e o Complexo, gigantesco, ocupa metade do vale; é todo vedado e composto por pavilhões, edifícios antigos e outros um pouco mais recentes, zinco e chaminés altas. Um edifício enorme, mesmo em frente ao bairro, que nunca chegou a ser finalizado; tijolo escavacado, cimento, ausência de telhado. Uma visão de decadência, que o olhares do bairro não conseguem ignorar (no sentido de dar nas vistas, não me parece que os habitantes ainda reparem...). De qualquer forma, nota-se bem que dentro do Complexo há zonas que estão a ser utilizadas e outras totalmente abandonadas. A entrada do Complexo, com cancela e porteiro, fica do lado do bairro (só então compreendi porquê, pois parecia-me ilógico, para quem chega de Mirandela, ter à entrada da aldeia as costas do Complexo). É uma máquina interessante, dois mundos que comunicam, que quase existem um para o outro. Duas bocas que se abrem: saída de um, entrada do outro, conforme o sentido a adoptar; entre os dois, apenas a estrada estreita.
Ao lado do Complexo, a estrada principal passa na parte antiga, com os tascos e cafés, a mercearia, o talho. Não há pelourinho, não há largo, jardim ou bancos. Apesar disso, a estrada alarga-se numa parte, mas é só estrada com pequenos passeios e pessoas sentadas ou em pé à porta dos cafés. De qualquer forma, tenho encontrado muitas vezes uma impressão de deserto ao passar por lá. Um sossego de campo numa paisagem que por momentos diria suburbana.
O Grande fala-me do rio, ao lado esquerdo da aldeia, poluído pelo matadouro, do cheiro nauseabundo no Verão. Agora está melhor, desde que fizeram a estação de tratamento. No Verão os jovens vão para o rio, “por cima” (a montante) do Complexo.
Do lado direito os montes brilhantes. Vejo a estrada de chegada à aldeia, que desaparece nas curvas para Mirandela. À entrada do Cachão há um cruzamento com uma estrada que parte para o lado direito. Algumas casas a ladeiam. O Grande diz-me que é o caminho do cemitério e da barragem. Vão para lá pescar, fazer festas à noite – pescar, na barragem, festas nos dois.
A aldeia parece então composta por três zonas demarcadas: o bairro dos trabalhadores (Vila Nordeste), o Complexo, o Cachão Velho.
Vamos até ao campo de futebol. O campo também fica num dos extremos superiores do bairro, com um muro alto a separá-lo das casas e de alguns descampados. Sente-se também alguma ruína. Entramos e subimos para as bancadas de cimento e tijolos escavacados. Um buraco no meio indica a entrada para os balneários.
O campo parece repartido pacificamente por vários grupos. Os mais velhos ficavam com o meio do campo, jogando entre duas balizas pequenas. Numa das balizas de um extremo um grupo de gaiatos. Por aqui e por ali mais gaiatos, no campo e nas bancadas. Fico um pouco a vê-los, e a conversar com o Grande. Aquele é um lugar muito importante, de reunião dos homens e rapazes; também raparigas e mulheres, que por vezes vão dar uns pontapés. Ouvi vários relatos de um jogo de casadas contra solteiras, realizado há pouco tempo.
A sombra do cabeço arrepia-me; as bancadas já perderam o calor. Vou embora e despeço-me com um aceno. Serpenteio até Mirandela, com a cabeça cheia de sol, de ideias e de cansaço" (Diário de Campo, 2000).

In:
Barbeiro, A. (2003). Eles, nós e eu, aventuras juvenis: estudo qualitativo sobre a transgressão na adolescência. Dissertação de Mestrado em Psicologia, com Especialização em Psicologia da Justiça. Braga: Instituto de Educação e Psicologia – Universidade do Minho. (pp. 192-194).

(O meu agradecimento ao Grande, pela sua visita guiada, e a todos os que participaram nesta trabalho!)

Banhocas no Tua e qualidade da água


Olá!
Graças aos contributos do Nuno Ferreiro já temos reunidas informações importantes sobre os aspectos balneares do Tua. Por enquanto é possível consultá-las nos comentários à mensagem «"genes" da aprendizagem». Começa, assim, a definir-se um dos temas deste blog. Obrigada, Nuno!
Ana B

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

"genes" da aprendizagem

Quem, nos últimos anos, se encontrou comigo em situações de ter de trepar rochedos e saltar calhaus, surpreendeu-se... habituada à minha constituição franzina e jeitos pouco dados a desportos, o meu comportamento de salta-pocinhas nestas situações é uma revelação, mesmo para mim! Pensando bem nisso, acho que me está nos “genes” das aprendizagens precoces. Do tempo da infância e adolescência, em que as férias do Verão eram muito longas e quentes, e éramos nós que inventávamos as actividades de tempos livres: os passeios de bicicleta, as idas ao rio, as “explorações” da natureza. Do tempo em que se faziam os piqueniques tradicionais: comer o folar da Páscoa, fazer magustos em Novembro. O Rio Tua estava no centro destas aprendizagens e aventuras. Sei-o, porque no Verão, quando atravesso alguma das pontes de Mirandela, o cheiro a rio (um mistura de odores de lodo e algas) percorre-me o corpo e deixa-me um arrepio de calor. E se alguém for a caminhar a meu lado, tem direito a ouvir, talvez pela terceira vez, uma história de aventuras da infância, ou um convite para ir tomar uma banhoca ao Rio e inundar a pele com o macio cheiro da água.

A crescer...

Olá!
Ainda estou a construir o esqueleto do blog, mas parece que já está a ter visitas! O meu projecto é que ele possa ter diversas páginas dedicadas a temas específicos (aldeias, barragem, linha do Tua, ecologia do vale do Tua...). Para isso precisarei de tempo e de contributos em forma de mensagens assinadas a enviar para tua.rio@gmail.com (diferente de comentarios às mensagens publicadas, que também são benvindos!). Por enquanto, ficamos com esta página generalista, onde se publicarão mensagens sobre temas diversos. Para além de contributos informativos ou de opinião, serão muito benvindos textos sobre vivências / experiências pessoais do rio e do seu ambiente natural e humano (crónicas sobre passeios, festas, memórias de infância...). Assim, fica o desafio aos visitantes e habitantes do Rio Tua: este blog é nosso! podemos fazer dele o que quisermos!

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Depois de uma caminhada


Há alguns anos, ainda não havia metro na linha do Tua, fiz com frequência este percurso de comboio, em conjunto com o da linha do Douro. Se esta tem encantos indiscutíveis e muito divulgados, o percurso no Tua sempre foi o ponto alto das minhas viagens. O livro ficava abandonado no banco, e eu permanecia de nariz colado ao vidro... As companhias - as gentes transmontanas que usavam este transporte - eram também um aspecto da viagem que muito me agradava. Construiu-se o IP4, prático para quem queria demorar menos de três horas (de autocarro) ou cinco (de comboio) de Mirandela ao Porto. Inventou-se o metro, mesmo antes do do Porto, e a linha pôde continuar a servir os poucos, mas também cidadãos de Portugal, que ainda habitam aquelas paragens.

Hoje voltei ao Tua, desta vez para fazer um passeio pedestre entre a aldeia de Tralhariz e a linha, que percorri, com um excelente guia e alguns amigos, durante algumas centenas de metros. Depois subimos novamente à aldeia, onde o café Sanzala tem uns simpáticos clientes e um vinho fino que nos recompensaram do cansaço da caminhada.

Dói-me o coração pensar que estas experiências deslumbrantes se podem perder para sempre; mas também compreendo os transmontanos que dizem que têm direito, como os outros portugueses, de viver numa terra onde a civilização também chegue. Trás-os-Montes não pode continuar a ser o museu natural, selvagem e abandonado do país, cada vez mais deserto de gentes, onde os velhos que ficam estão cada vez mais desprotegidos, à custa da protecção da paisagem.

Mas os transmontanos também não podem continuar a ser sacrificados, as suas ainda deficientes vias de comunicação reduzidas (desta feita com o “afogamento” da linha), a sua paisagem e modo de vida violentados, à custa do progresso do país!

Como compatibilizar, então, todas estas necessidades contraditórias? Não tenho uma resposta simples. Por enquanto, parece-me importante promover um amplo debate, ouvir os habitantes, os especialistas da paisagem, da fauna e da flora, os políticos, os admiradores das viagens de comboio (mais prático e ecológico dos que as auto-estradas). É importante que as opiniões e as tomadas de posição sejam feitas de modo informado!

Gostei muito do passeio de hoje, e gostaria de o fazer ainda muitas vezes nos próximos anos. Mas não será à custa deste prazer que desejo que a seca se agrave ainda mais na terra quente transmontana, ou que o país continue a sua depender grandemente do petróleo para ter energia... o meu desejo, talvez quimérico, é que haja políticos inteligentes que tomem decisões ouvindo e tendo em conta os interesses globais e particulares dos seus eleitores, mesmo os das minorias que persistem em habitar as inigualáveis terras transmontanas! Defendo, assim, que as opiniões, necessidades e posições de todos, particularmente os mais afectados, sejam tidas em conta, antes de uma decisão final.
28/12/2007 (texto também publicado no livro de visitas do Movimento Cívico pela Linha do Tua)